A reeleição de Nicolás Maduro como presidente da Venezuela no último domingo (28) gerou controvérsias tanto entre eleitores quanto políticos internacionais, além de desencadear conflitos internos no país. Segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Maduro obteve 51,2% dos 21 milhões de votos, garantindo a continuidade do projeto político iniciado por Hugo Chávez há 25 anos.
Alguns líderes religiosos venezuelanos observaram que algumas igrejas manifestaram apoio explícito ao governo, inclusive incentivando seus membros a votar em candidatos específicos em troca de benefícios pessoais. Contudo, outros líderes, como Adelina (pseudônimo), expressaram desapontamento com o resultado da eleição, destacando sentimentos de tristeza, decepção e incerteza em relação ao futuro, fazendo paralelos com a situação em Cuba.
Nas redes sociais, outros pastores venezuelanos compartilharam suas preocupações e pediram por paz e esperança para o povo venezuelano diante das incertezas políticas.
Há receios generalizados de que a reeleição possa resultar em aumento da repressão contra aqueles que não apoiaram o presidente reeleito. Adelina expressou preocupação com possíveis represálias contra opositores, refletindo um clima de apreensão entre os venezuelanos.
Segundo a organização Portas Abertas, o clima de incerteza tem levado muitos cristãos venezuelanos a considerar a possibilidade de emigrar. Uma pesquisa realizada pela Meganalisis, divulgada em abril, indicou que aproximadamente 44,6% da população venezuelana cogitaria deixar o país caso Maduro ganhasse um terceiro mandato. Fabrício (pseudônimo), um cristão local, expressou temor em relação ao futuro da nação, destacando a sensação de expectativa e desconhecimento sobre o que está por vir.
Além disso, a situação dos cristãos na Venezuela é preocupante, com relatos de restrições severas à liberdade de expressão e de práticas religiosas. Pastores, líderes de igrejas e organizações cristãs enfrentam ameaças, ataques e vigilância, sendo impedidos de discutir corrupção e violações de direitos humanos sob o risco de represálias governamentais.