O Biohacking pode ser entendido como a prática de intervir no corpo humano usando um conjunto de tecnologias para melhorar ou expandir a capacidade humana em uma determinada atividade. Ele pode ser usado para armazenar dados, ampliar a sensibilidade de uma parte do corpo e até facilitar ações do dia a dia, como pagamentos. Em muitos casos, o conceito envolve implantes de microchips no corpo. Esses dispositivos têm circuitos eletrônicos e uma peça para se comunicar com outros aparelhos por ondas de rádio.
Primeiro “cyborg” da Grã-Bretanha
Em agosto de 1998, o professor Kevin Warwick inadvertidamente inaugurou uma era de “biohacking” quando teve um pequeno chip cilíndrico implantado em seu braço.
O chip do tamanho de uma moeda, permitia-lhe abrir portas e acender luzes com uma onda casual enquanto caminhava pelo departamento de cibernética da Universidade de Reading.
Hoje, ele é chamado de “Capitão Ciborgue” e é considerado o primeiro “biohacker” – alguém que faz alterações no corpo com tecnologia para facilitar a vida.
Agora vice-reitor da Universidade de Coventry, o homem de 69 anos olha para o experimento de um quarto de século atrás como “muito legal” e “divertido”.
“Na época, ninguém tinha feito nada parecido”, disse ele ao MailOnline. “Isso estava empurrando a tecnologia na época.
Para o procedimento, seu médico lhe deu um anestésico local e usou um dispositivo de ‘saca-rolhas’ para fazer um pequeno buraco – e ele apenas ‘costurou no lugar’.
O chip era um dispositivo RFID (Radio-Frequency Identification), do tipo usado hoje em passaportes e cartões sem contato.
Um sinal de identificação único emitido pelo chip permitiu que um computador monitorasse o professor Warwick, enquanto ele se movia pelo departamento, e uma voz automatizada até o acolheu quando ele chegou.
O chip ficou no braço do professor Warwick por algumas semanas antes de ser removido, apenas para demonstrar que o conceito funcionava.
Ainda não existe uma legislação no Brasil sobre o Biohacking, e a tecnologia gera debates em relação à segurança digital.