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O número de casos de dengue no Brasil passou de 1,5 milhão este ano, um aumento de cerca de 16% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados divulgados na última sexta-feira (08) pelo Ministério da Saúde. O número de mortes também subiu: de 999 para 1.053 óbitos.
Fatores como a variação climática, o aumento das chuvas, o número de pessoas suscetíveis à doença e a mudança na circulação de sorotipo do vírus podem ter contribuído para esse crescimento, segundo a pasta.
Após 5 anos, Rio de Janeiro volta a registrar tipo 4
O Rio de Janeiro registrou um caso de dengue tipo 4, que não circulava no estado desde 2018. A confirmação foi feita pela Secretaria de Estado de Saúde, e a vítima é uma mulher, de 45 anos, que mora na capital fluminense. A paciente apresentou os primeiros sintomas em 26 de novembro e segue em tratamento em casa.
Segundo a secretária estadual de Saúde, Claudia Mello, a dengue tipo 4 é menos agressiva do que a do tipo 3, que ainda não circula no Rio de Janeiro. No entanto, como o tipo 4 da doença retorna à circulação depois de cinco anos, muitas pessoas não têm imunidade desenvolvida, o que aumenta o risco de uma epidemia.
A Secretaria de Saúde estadual informa que realiza, ao longo do ano, ações de controle do mosquito transmissor, e que elas são intensificadas nos meses de verão, quando o número de vítimas tende a aumentar. As autoridades de saúde reforçam a importância de a população ajudar na prevenção, evitando possíveis focos do vetor nas residências.
Transmissão e sintomas
O vírus da dengue é transmitido principalmente pela picada de fêmeas de Aedes aegypti infectadas. O controle do mosquito é o principal método para a prevenção e controle para a dengue e outras arboviroses urbanas, como chikungunya e Zika.
Os principais sintomas da dengue são febre, dores de cabeça, dores no corpo e articulações, náuseas e vômitos, mal-estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas na pele. O tratamento é feito da mesma forma para os quatro tipos de dengue, com repouso e hidratação.
Vacina
Na última semana, o Ministério da Saúde abriu uma consulta pública sobre a incorporação no SUS de uma vacina contra a dengue, a Qdenga. Desde julho o imunizante está disponível para a população, mas apenas na rede particular. A dose da Qdenga custa cerca de R$ 400.
Desenvolvido pelo laboratório japonês Takeda Pharma, o imunizante comercializado sob o nome de Qdenga foi desenvolvido a partir do vírus da dengue vivo atenuado, ou seja, ele conta com uma parte enfraquecida do patógeno que causa a doença. Esse é o mesmo mecanismo de vacinas como as contra a caxumba, febre amarela e poliomielite oral. O imunizante é capaz de proteger contra os quatro sorotipos de vírus que causam a dengue.
De acordo com os estudos clínicos realizados pela Takeda, a vacina registrou eficácia de 80% depois de um ano de aplicação, quando ministrada em duas doses com um intervalo de três meses entre elas.
Os estudos envolveram mais de 20 mil pessoas entre 1 e 60 anos e duraram quatro anos e meio. Entretanto, mais estudos ainda são necessários para averiguar a necessidade de doses de reforço.
Segundo a Anvisa, o imunizante é recomendado para pessoas de 4 a 60 anos de idade e deve ser aplicado em um esquema de vacinação de duas doses, com um intervalo de três meses entre elas.