17 de dezembro de 2024
Imagem: Reprodução / X

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Nesta segunda-feira (04) faz uma semana que a defesa civil de Maceió/AL está em alerta máximo de colapso em uma mina que pode abrir uma cratera do tamanho do estádio do Maracanã. Desde 2018, a velocidade em que a terra cedia na região da mina da petroquímica Braskem, no bairro do Mutange, era medida em milímetros por ano, algo muito insignificante. Mas agora a medida passou a centímetros por hora, aumentando significativamente os riscos para a população.

De acordo com a defesa civil, desde o dia 28 de novembro, o solo afundou 1,70m na área da mina 18, que pode colapsar. Esta mina foi desativada em 2019, um ano após o primeiro tremor de terra que abriu rachaduras em ruas e imóveis.

Na época, a Braskem decidiu encerrar a extração de sal-gema, minério utilizado na fabricação de soda cáustica e pvc. Mas a região tem outras 34 minas de responsabilidade da petroquímica.

A instabilidade no solo foi agravada por décadas de mineração e provocou a evacuação de mais de 14 mil imóveis em cinco bairros, afetando cerca de 60 mil pessoas. Geólogos afirmam que a região pode virar uma “Chernobyl” brasileira.

CUT cobra amparo às famílias e punição à Braskem

As direções estaduais da Central Única dos Trabalhadores nos nove estados nordestinos, organizadas no Fórum das CUT’s, cobram da Prefeitura de Maceió, do Governo do Estado de Alagoas e do Governo Federal maior amparo às famílias atingidas e uma punição efetiva à Braskem.

Segundo a CUT, em 2019, um relatório do Serviço Geológico do Brasil já mostrava que a mina já tinha sinais de desabamento. A central diz ter questionado o porquê de os poderes públicos constituídos não tomarem providências efetivas para realocação das famílias.

Para a entidade, a retirada das pessoas dos locais de risco deveria ter sido feita de forma gradual, para que todas pudessem recomeçar suas vidas de forma segura. “O deslocamento tem sido feito às pressas e sem acordo com as famílias atingidas”, diz a nota da CUT.

A CUT pede que seja garantido o aluguel social para que as famílias possam ter um local seguro para viver.