Após uma violenta tempestade desencadear inundações e romper barragens no leste da Líbia, resultando na trágica perda de milhares de vidas, o Papa Francisco expressou suas condolências e solidariedade. Em um comunicado emitido em 12 de setembro, o Santo Padre manifestou profunda tristeza diante da imensa tragédia que assolou a região oriental da Líbia e assegurou suas preces pelas almas dos falecidos, assim como por todos aqueles que sofrem com essa perda. O telegrama foi enviado ao arcebispo Savio Hon Tai-Fai, que atua como núncio na Líbia.
Além disso, o líder da Igreja Católica expressou sua sincera proximidade espiritual aos feridos, àqueles que estão angustiados com o desaparecimento de entes queridos e ao corajoso pessoal de emergência que se dedica a operações de resgate e assistência. O comunicado, assinado pelo cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado do Vaticano, enfatizou a preocupação e o apoio do Papa diante dessa tragédia.
De acordo com Tamer Ramadan, o chefe da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho na Líbia, é provável que o número de vítimas seja significativo. Segundo informações da BBC, até a manhã de terça-feira, 12 de setembro, cerca de 2.000 mortes haviam sido confirmadas, mas esse número poderia aumentar substancialmente. Além disso, aproximadamente 10.000 pessoas estão desaparecidas.
As fortes chuvas desencadeadas pela tempestade Daniel, que atingiu a Líbia no domingo, 10 de setembro, resultaram no colapso de duas barragens próximas à cidade de Derna, desencadeando torrentes de água que causaram uma destruição significativa na cidade e em áreas circundantes.
Essa tempestade se desenvolveu a partir de um sistema de baixa pressão extremamente intenso, que já havia causado inundações catastróficas na Grécia na semana anterior, antes de se deslocar para o Mediterrâneo e evoluir para um ciclone tropical, conhecido como medicamento.
É importante observar que esse evento mortal ocorre em um ano marcado por desastres climáticos sem precedentes e registros de extremos climáticos, como devastadores incêndios florestais e ondas de calor avassaladoras. O aquecimento global, que resulta em temperaturas oceânicas elevadas, é apontado por cientistas como um fator contribuinte para as intensas chuvas associadas à tempestade.
A situação na cidade de Derna é desoladora, com hospitais inoperantes e necrotérios sobrecarregados, como relatado por Osama Aly, porta-voz do serviço de emergência e ambulância. Cadáveres se acumulam nas calçadas, uma cena chocante e desumana.
Um médico voluntário, Anas Barghathy, descreveu a ausência de serviços de emergência adequados e a corrida para lidar com os corpos em decomposição. A situação é crítica e exige uma resposta urgente e coordenada para atender às necessidades das vítimas e da comunidade afetada.