17 de dezembro de 2024
Israel Belo de Azevedo / Divulgação

Israel Belo de Azevedo / Divulgação

A Bíblia foi criada para mostrar quem Deus é, não para escondê-lo. Os autores dos evangelhos escreveram para pessoas simples, que falavam um grego simples, sem complicações. “Um texto em português tem que levar em conta o mesmo propósito”, afirma Israel Belo de Azevedo, autor do livro “A história de Jesus segundo os evangelhos – Bíblia Prazer da Palavra”, que será lançado na Bienal do Livro 2023 (Livraria Bambolê), no dia 07 de setembro, às 17h, no Rio de Janeiro. De fácil compreensão, inclusive para quem nunca folheou a Bíblia, ele está sendo publicado em fascículos ‑ o primeiro, com 450 páginas, contém os quatro evangelhos: Mateus, Marcos, Lucas e João.

O escritor chamou para si o desafio de preparar um texto para ser lido com prazer e sem que as pessoas precisem de algum conhecimento prévio das culturas em que as Escrituras Sagradas nasceram. “Meu propósito é trazer o texto bíblico para os nossos dias, como se fosse escrito hoje. As versões, em geral, pretendem levar o leitor de hoje ao passado. Eu busco trazer o passado ao leitor, de modo que ninguém precise viajar no tempo para compreender o que está lendo”, explica.

Com a sua experiência como leitor, professor e pregador da Bíblia, Israel observou que boa parte das dificuldades não é teológica, mas de compreensão do texto em português. “Não precisamos reproduzir o jeito de escrever dos autores que viveram há milhares de anos. Eles eram grandes comunicadores. Como eles comunicariam hoje os atos e as palavras de Jesus? Este é o esforço que deve ser feito”, ressalta o escritor, que é pastor da Igreja Batista Itacuruçá, na Tijuca, Zona Norte do Rio de Janeiro, e lê regularmente a Bíblia há 60 anos.

As ideias permanecem

Para Israel, todos os leitores de hoje têm uma pergunta quando vão escolher uma versão da Bíblia: “Ela é fiel aos originais?”, que ele mesmo responde: “Há versões que se importam com as palavras. Eu me importo com as ideias. As palavras morrem. As ideias permanecem”. Desse modo, ele dá um exemplo do Antigo Testamento: “Uma palavra fundamental na Bíblia é ‘temor’, no caso, ‘temor a Deus’. Temor é medo. Devemos ter, então, medo de Deus? Não! Temer a Deus é levá-lo a sério, pelo que é e no que ensina. Temer a Deus é amar a Deus. O amor a Deus é, portanto, a atitude que gera felicidade”.

Outra expressão, agora no Novo Testamento, é “reino de Deus”. Israel pergunta: “Por que usar ainda essa expressão numa versão, se a maioria das pessoas não sabe o que significa, especialmente porque as realezas não são mais realidades em nosso mundo e, logo, em nosso vocabulário?” A versão “Prazer da Palavra” ousa e substitui “reino de Deus” por “Evangelho da Graça de Deus”. “Para mim, o que Jesus veio fazer aqui foi viver e morrer por esse Evangelho radical, que enche de segurança e esperança a vida do que crê”, diz.

Era uma vez…

Desse modo, não há parábolas difíceis. Israel as chama de “histórias” e começa todas elas com um “Era uma vez”. Assim, por exemplo, os “administradores” de fazendas são “gerentes”, “joio” é “erva daninha”, o “bom samaritano” é “samaritano compassivo”. O título da história conhecida como “Rico e Lázaro” vira “História de dois homens, um no céu e outro no inferno” e começa com o seguinte parágrafo:

“Para falar ainda sobre o pouco valor do dinheiro, Jesus contou uma nova história:

Era uma vez um homem muito rico.

Ele se vestia com roupas caras e bonitas. Dava festas luxuosas, pelas quais era muito elogiado.

Havia também um mendigo. Seu nome era Lázaro. Ele tinha o corpo todo machucado e permanecia deitado em frente ao portão da mansão do homem rico. Ele ficava ali esperando que lhe trouxessem restos da comida da casa para. Os cães que lambiam suas feridas lhe faziam companhia”.

Novidades nas paráfrases

Em relação a outras paráfrases disponíveis, a “Bíblia Prazer da Palavra” tem duas novidades absolutas. Os eventos, especialmente os dos últimos dias de Jesus, são datados. Junto com o título de cada seção, vem a data em que o evento aconteceu. Assim, a chegada de Jesus a Jerusalém começa assim: “Jerusalém, segunda-feira, 30 de março de 33 — A CHEGADA A JERUSALÉM”.

As distâncias são apresentadas com o texto em itálico, para deixar claro que não fazem parte do original. Um exemplo está em Mateus 20.29-34, que começa assim: “Quando a comitiva de Jesus saiu de Jericó, rumo a Jerusalém, uns 30 quilômetros adiante, muita gente a acompanhou”.

As grandes mensagens são subdivididas para manter a atenção dos leitores. Um exemplo é a oração de Jesus transcrita em João 17. Um dos últimos parágrafos ficou assim:

“Pai,

Eu te peço por estes que agora creem em mim,

mas também por aqueles que um dia crerão,

quando a tua mensagem os alcançar.

Todos formarão a comunidade dos que creem,

como se formassem uma única família.”

Outra novidade é que, quando há uma citação de alguma passagem do Antigo Testamento, a referência é colocada no próprio texto. Um exemplo é o de Mateus 1.22-23, que ficou assim:

“Todas essas coisas aconteceram como foi previsto pelo próprio Deus Eterno por intermédio do profeta Isaías, que, no século 8 a.C., disse:

“A virgem ficará grávida e dará à luz um filho, que será conhecido pelo nome de Emanuel’. (Isaías 7.14)”

A “Bíblia Prazer da Palavra” não tem nota de rodapé, nem vocabulário ao final com explicações. “Tudo está no texto, preparado para a compreensão de todos. A Bíblia não é para especialistas; é para todos. A Bíblia é poderosa demais para ficar restrita aos que conseguem entender palavras difíceis, parágrafos longos e conteúdos sofisticados. Antes, é para ser lida e vivida com prazer”, enfatiza o autor.

Sobre o autor

Israel Belo de Azevedo é jornalista, escritor, tradutor, mestre em teologia, doutor em filosofia; professor, pastor da Igreja Batista Itacuruçá, na Tijuca, no Rio de Janeiro, e autor dos livros de devocionais: “Bíblia Sagrada – Bom dia” e “Bíblia – O livro da Esperança” (Sociedade Bíblica do Brasil).

Lançamento “Bíblia Prazer da Palavra” (editora Prazer da Palavra)

Bienal do Livro Rio 2023

Dia: 07/09/2023

Horário: 17h

Pavilhão Verde / Bambolê Editora e Livraria (T17/U16)

 

*Texto divulgação