17 de dezembro de 2024
Imagem meramente ilustrativa: Pixabay

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Contatos locais da organização Portas Abertas relatam que estudantes de escolas públicas na província de Zhejiang, no Centro da China, foram obrigados a preencher um formulário para declarar quais religiões seguiam. De acordo com a ONG de monitoramento de perseguição contra cristãos, o estado é conhecido por aplicar testes de novas leis que, conforme os resultados e aceitação da população, são aplicadas em todo o país.

“Nossos contatos acreditam que as autoridades locais pretendem aumentar o controle sobre as pessoas porque um evento internacional está marcado para acontecer em setembro na região. Nesses períodos, tradicionalmente as autoridades enrijecem as regras”, relata Portas Abertas.

Famílias cristãs descobertas
Um dos contatos da organização, Li (pseudônimo), disse que ao menos duas famílias da igreja deles foram afetadas pela investigação. Os filhos deles, crianças na pré-escola e pré-adolescentes no Ensino Fundamental, ingenuamente preencheram o formulário com a religião da família e o resultado foi visto pela diretoria da escola.

De acordo com Li, os professores convocaram os pais desses alunos e os colocou em salas separadas para confirmar a declaração de religião e pedir que todos assinassem uma declaração renunciando a fé cristã. Se não assinassem a declaração, na pior das hipóteses, os filhos seriam expulsos da escola.

“Estamos sem opção. O futuro de nossos filhos será prejudicado”, conta o pai de uma das crianças. Ele percebe a diferença na forma como as crianças estão sendo tratadas. A família ainda está chocada por causa da situação.

“Toda a pressão mostrou a importância de preparar a nova geração de cristãos na China para que possam resistir à perseguição que acontece a todo momento, em qualquer lugar. Eles ainda não sabem como responder à perseguição”, conta Li.

A China é o 16º país na Lista Mundial da Perseguição 2023 divulgada por Portas Abertas, que classifica os 50 países onde os cristãos são mais perseguidos. Os cristãos chineses estão enfrentando cada vez mais perseguições por parte do Estado em escolas e, também, restrições na internet, redes sociais e em novas tecnologias.