O crescimento da população evangélica no Brasil foi destaque esta semana de uma reportagem da revista VEJA. O texto mostra que entre 1940 e 2010, este grupo religioso saltou de 2,7% para 22,2% dos brasileiros – a expectativa é que os dados do Censo 2022, que ainda precisam ser detalhados, apontem uma representação evangélica de mais de 30% da população. A revista cita que este aumento pode ser verificado pela expansão das igrejas protestantes, que dobraram o número de templos na última década e hoje passam de 100 mil, segundo a reportagem.
Segundo a VEJA, houve crescimento entre todas as igrejas evangélicas, mas algumas se destacam. As líderes em abertura de templos nas últimas décadas foram as pentecostais, tendo em primeiro lugar a Assembleia de Deus. Entre 2010 e 2019, esta denominação inaugurou mais de 9.000 igrejas abertas em todo o território nacional, uma disparada de 115% em dez anos.
A revista mostra ainda como os templos desempenham papéis fundamentais de assistência às comunidades onde há pouca presença do Estado.
Também estão neste grupo denominações como a Congregação Cristã no Brasil, que abriu 3.445 igrejas na década passada (alta de 92%), e a Igreja Cristã Maranata, com 1.530 novos templos (avanço de 35%).
Em segundo lugar no ranking da expansão, vieram as igrejas neopentecostais. Mais concentradas em centros urbanos, estas igrejas compartilham a dedicação à chamada “teologia da prosperidade” — doutrina que promete melhorar a condição financeira de seus fiéis. A neopentecostal brasileira mais conhecida, a Igreja Universal do Reino de Deus, inaugurou 2.515 templos entre 2010 e 2019.
Outra denominação famosa neste grupo é a Igreja Mundial do Poder de Deus, criadora de 2.310 locais de culto no mesmo período. A terceira vertente evangélica que mais se expandiu no país é das igrejas missionárias — Adventista, Metodista, Luterana, Batista, Anglicana, Menonita e Presbiteriana compõem esta categoria. As missionárias incluem algumas das mais antigas igrejas evangélicas brasileiras, mas o grupo cresceu relativamente pouco na última década, registrando cerca de 53% de novos templos contra 76% das neopentecostais e quase 98% das pentecostais. Em parte, esta desaceleração das missionárias é resultado de suas estruturas mais engessadas e hierarquizadas, semelhantes ao catolicismo, que dificulta a reprodução das igrejas em ritmo tão arrebatador quando as outras denominações.