Uma cena de sexo no filme Oppenheimer, de Hollywood, com uma frase de uma escritura sagrada hindu provocou indignação na Índia, com um funcionário chamando-a nas redes sociais de “ataque contundente”.
O drama biográfico sobre o físico norte-americano Robert Oppenheimer, interpretado pelo ator Cillian Murphy, estreou na Índia na sexta-feira (21) com críticas positivas, arrecadando mais de US$ 3 milhões nas bilheterias em dois dias.
O filme conta a história de Oppenheimer, que é muitas vezes creditado como o “pai da bomba atômica” por seu papel na produção das primeiras armas nucleares.
Texto religioso citado em cena de sexo
Uma cena que mostra Oppenheimer com sua amante Jean Tatlock, interpretada por Florence Pugh, gerou indignação na internet.
A cena mostra o protagonista recitando um verso do Bhagavad Gita, considerado o mais sagrado das escrituras hindus, pouco antes da relação sexual.
Murphy lê a frase: “Agora estou me tornando a morte, o destruidor de mundos”, a citação que Oppenheimer teria lembrado quando a primeira bomba nuclear foi detonada.
Em várias entrevistas, Oppenheimer, que morreu em 1967, falou de seu interesse pela religião. Ele também havia aprendido sânscrito, a língua sagrada do hinduísmo.
‘Ataque às crenças religiosas’: Oficial
“Este é um ataque direto às crenças religiosas de um bilhão de hindus tolerantes”, escreveu Uday Mahurkar, alto funcionário da Comissão Central de Informação do governo, ao diretor do filme, Christopher Nolan, nesta segunda-feira (24).
“Equivale a travar uma guerra contra a comunidade hindu”, disse Mahurkar na carta, cuja cópia publicou no Twitter, e pediu a Nolan que cortasse a cena.
Imagem: Reprodução / Twitter