17 de dezembro de 2024

A inteligência artificial está desempenhando um papel na seleção de quais embriões se mostram mais promissores durante a fertilização in vitro, com a tecnologia descartando quais são inadequados para uma gravidez bem-sucedida.

O software de IA, EMA, avalia embriões para procedimentos de fertilização in vitro e os pontua com base em características como anormalidades genéticas, gênero ou chances de implantação bem-sucedida. A AIVF, empresa com sede em Israel por trás do algoritmo, está promovendo a tecnologia como uma forma de melhorar o processo de seleção de embriões durante a fertilização in vitro.

David Prentice, vice-presidente de assuntos científicos do Instituto Charlotte Lozier, pró-vida, disse ao The Christian Post em um comunicado na segunda-feira (17) que esta é uma “tecnologia eugênica”.

“O programa de IA é uma ferramenta usada para escolher quais embriões são de melhor qualidade; isso significa que alguns seres humanos são vistos como de qualidade inferior, talvez até descartados como vidas que não valem a pena ser vividas”, afirmou Prentice. “Estudos anteriores mostraram que mesmo embriões considerados de ‘baixo grau’, quando tiveram chance de vida, nasceram como bebês normais e saudáveis. A sociedade não deve dividir os seres humanos em silos de controle de qualidade, mas sim valorizar e nutrir cada vida humana.”

A AIVF não respondeu imediatamente ao pedido de comentário do The Christian Post.

Grupos pró-vida, como o Illinois Right to Life, já levantaram preocupações éticas sobre a fertilização in vitro, argumentando que ela resulta na morte de nascituros quando embriões em excesso são descartados ou não sobrevivem sendo congelados ou descongelados.

A embriologista Dra. Daniella Gilboa, cofundadora e CEO da AIVF, afirmou que a fertilização in vitro é um dos desenvolvimentos médicos mais importantes dos últimos 50 anos, mas argumentou que “não é boa o suficiente”, citando as baixas taxas de sucesso em todas as faixas etárias.

Gilboa destacou como muitas mulheres congelam seus óvulos para que possam adiar ter um filho e focar em avançar na carreira, afirmando que isso cria uma demanda por fertilização in vitro.

A tecnologia da AIVF já está em uso em toda a Europa, Ásia e parte da América do Sul.