17 de dezembro de 2024

Recentemente, empresas como a Samsung anunciaram medidas para manter a privacidade de dados diante do uso da inteligência artificial. A multinacional de tecnologia teve dados confidenciais vazados com o ChatGPT e proibiu o uso de sistemas generativos de IA em todos os seus dispositivos e nas redes internas. A decisão foi tomada depois de descobrirem que um código confidencial havia sido utilizado na plataforma, o que resultou em um revés na disseminação dessa tecnologia no trabalho.

Para os advogados Aline Zinne e Claudio Barbosa, do escritório Kasznar Leonardos, o caso da Samsung acende um alerta em relação à questão da propriedade intelectual. “Em um primeiro momento, as ferramentas de inteligência artificial e, especialmente, as generativas, podem parecer inofensivas, uma vez que aparentam ser meramente passivas aos nossos comandos. Mas não podemos esquecer que a IA é capaz, inclusive, de acessar e criar infrações diretas a conteúdo protegido, causando problemas para o usuário e para o titular da obra original. Por isso, informações que fornecemos podem ser divulgadas pela própria plataforma no atendimento de outros usuários e/ou para a criação de novos dados com base em conteúdo protegido”, alertam os especialistas.

A Microsoft, desenvolvedora do ChatGPT, já pensa em ganhar com a proteção de dados dos clientes e anunciou para este semestre o lançamento de uma versão privada da ferramenta, no qual as pessoas terão que pagar para não terem seus dados vazados. A decisão reforça ainda mais a necessidade de tanto empresas como pessoas físicas terem atenção na hora de fornecer informações com o uso da tecnologia.

“Temos que lembrar sempre que, quando utilizamos essas ferramentas, estamos fornecendo informações confidenciais e/ou protegidas por direitos de propriedade intelectual e há grandes chances de estarmos descumprindo deveres de confidencialidade e violando direitos de propriedade intelectual de terceiros, uma vez que informações protegidas podem vir a ser divulgadas, utilizadas e exploradas indevidamente” – completam Aline Zinne e Claudio Barbosa.

 

 

*Imagem meramente ilustrativa: Pixabay