
O influenciador Agenor Bruce Tupinambá (23), que viralizou nos últimos meses por compartilhar o dia a dia ao lado da capivara Filó, ainda não recuperou o animal. Apesar de vários apoiadores e até mesmo alguns órgãos da imprensa divulgarem que a Justiça decidiu pela devolução do roedor a Tupinambá, a realidade é um pouco diferente.
Primeiro, entenda como o caso começou. No dia 18 de abril, o jovem foi notificado pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) por “exploração indevida de animais silvestres para a geração de conteúdo em redes sociais”, com base na Lei de Crimes Ambientais. Na quinta-feira (27), ele foi de avião com a capivara até o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), em Manaus, onda ela permanece com o Ibama até que possa ser reintegrada à natureza.
O caso viralizou nas redes sociais. Muitas pessoas ficaram comovidas com a separação e, também, com o fato de Tupinambá também ter sido multado em R$ 17 mil. Muitos acusaram a ambientalista Luiza Mel de ter feito a denúncia ao Ibama.
Uma das defensoras do influenciador, a deputada estadual do Amazonas Joana Darc (União Brasil), fez uma live na tarde deste sábado para mostrar o local no Cetas para onde Filó foi levada. Ela expôs a degradação do ambiente ao qual chamou de “jaula” e comparou ao espaço que Tupinambá criou para o animal, bem parecido ao seu habitat natural.
“Me digam se onde a Filó estava não era melhor do que essa gaiola? Olha essa gaiola imunda. Isso é um cativeiro e ela está sofrendo maus-tratos aqui”, disse.
Logo depois, o juiz Márcio André Lopes Cavalcante, da Justiça Federal do Amazonas, concedeu uma liminar que permite a deputada visitar o Cetas junto com profissionais que possam avaliar as condições do animal e do ambiente. Apesar de a liminar não citar a volta de Filó para o influenciador digital, muita gente entendeu que isso acontecerá.
“Concedo a liminar para autorizar que a Comissão de Proteção aos Animais da ALEAM (Assembleia Legislativa do Amazonas), na pessoa de sua presidenta Deputada Joana Darc, acompanhada de assessores parlamentares e de médicos veterinários, possa adentrar ao IBAMA, mais especificamente no CETAS, para que possam fiscalizar as instalações e realizar avaliação clínica e física da capivara Filó, devendo ser disponibilizado total acesso ao animal, sem qualquer embaraço”, diz a liminar.
Segundo a interpretação do magistrado, ela “foi levada abruptamente do interior do Estado para a capital e encontra-se em condições que são desconhecidas do particular Agenor Bruce Tupinambá, dos demais órgãos de proteção animal e de toda a sociedade, que tem o direito de saber o estado de saúde e as condições em que a capivara está vivendo”.
Os ativistas da causa animal Arnaldo Rocha e Luisa Mell chegaram a fazer uma live no Instagram, na qual afirmaram que uma decisão judicial teria determinado o retorno da capivara Filó ao convívio com Tupinambá. No entanto, não foi esta a verdadeira decisão da Justiça.
*Foto: Reprodução / Twitter